" O 13º SALÁRIO NÃO EXISTE "
Os ingleses pagam semanalmente! Mas... diz-se que há sempre uma razão para as coisas! Pois bem, aqui está um exemplo aritmético simples que não exige altos conhecimentos de Matemática mas talvez necessite de conhecimentos médios de desmontagem de retórica enganosa. Que é esta que constrói mitos paternalistas e abençoados que a malta mais pobre, estupidamente atenta e obrigada, come sem pensar!
Fala-se que o governo pode vir a não pagar aos funcionários públicos o 13º
salário.
Se o fizerem, é uma roubalheira sobre outra roubalheira.
Perguntarão por quê.
Respondo: *Porque o 13º salário não existe.*
O 13º salário é uma das mais escandalosas de todas as mentiras do sistema
capitalista, e é justamente aquela que os trabalhadores mais acreditam.
Eis aqui uma modesta demonstração aritmética de como foi fácil enganar os
trabalhadores.
Suponhamos que você ganha R$ 700,00 por mês. Multiplicando-se esse salário
por 12 meses, você recebe um total de R$ 8.400,00 por um ano de doze meses.
700 X 12 = 8.400,00
Em Dezembro, o generoso patrão cristão manda então pagar-lhe o conhecido 13º salário.
8.400,00 + 13º salário = R$ 9.100,00
R$ 8.400,00 (Salário anual) + R$ 700,00 (13º salário) = R$ 9.100 (Salário
anual mais o 13º salário)
O trabalhador vai para casa todo feliz com o patrão.
Agora veja bem o que acontece quando o trabalhador se predispõe a fazer umas simples contas que aprendeu no primário:
Se o trabalhador recebe R$ 700,00 mês e o mês tem quatro semanas, significa
que ganha por semana R$ 175,00.
R$ 700,00 (Salário mensal) / 4 (semanas do mês) = R$ 175,00 (Salário semanal)
O ano tem 52 semanas. Se multiplicarmos R$ 175,00 (Salário semanal) por 52 (número de semanas anuais) o resultado será R$ 9.100,00.
R$ 175,00 (Salário semanal) X 52 (número de semanas anuais) = R$ 9.100.00
O resultado acima é o mesmo valor do Salário anual mais o 13º mês
Surpresa? Onde está portanto o 13º Mês?
A resposta é que o patrão lhe rouba uma parte do salário durante todo o ano,
pela simples razão de que há meses com 30 dias,
outros com 31 e também meses com quatro ou cinco semanas (ainda assim,
apesar de cinco semanas o patrão só paga quatro semanas)
o salário é o mesmo tenha o mês 30 ou 31 dias, quatro ou cinco semanas.
No final do ano o generoso patrão presenteia o trabalhador com um 13º salário, cujo dinheiro saiu do próprio bolso do trabalhador.
*Se o governo retirar o 13º salário dos funcionárioa públicos, o roubo
é duplo.*
Daí que, como palavra final para os trabalhadores inteligentes. Não existe
nenhum 13ºsalário.
O patrão apenas devolve o que sorrateiramente lhe surrupiou do salário
anual.
*Conclusão: Os Trabalhadores recebem o que já trabalharam e não um
adicional.*
Olá, Cristina! O e-mail que vc recebeu e transcreveu aquj no blog é realmente curioso e nos leva a pensar no assunto. Contudo, é preciso considerar alguns pontos da questão abordada: a) o nosso salário não é pago por quatro semanas (o que daria 28 dias), mas pelo mês trabalhado, seja ele de 28 dias, de 30 ou 31; b) temos direito a férias anuais de 30 dias e recebemos, além do salário mensal, mais um terço de férias de graticação.
Trago estes dados apenas porque tanto as férias remuneradas, quanto o 13º salário, um terço de gratificação, a jornada de 8 horas, a aposentadoria, entre outras, são conquistas históricas dos trabalhadores, fruto de muitas lutas.
Mas, claro que não concordo que o 13º seja um presente ou um gesto de bondade do governo ou dos patrões. Sabemos que o nosso próprio salário já é uma forma de remuneração muito inferior aquilo que produzimos; e que uma parte do nosso valioso trabalho é apropriado pelo empregador.
Por isso, tanto o salário, quanto o 13º, e também as gratificações outras, somadas, ainda assim representam apenas uma parte daquilo que produzimos.
Por caminhos diferentes da aritmética do e-mail que foi transcrito no blog, chegamos em comum à compremsão de que estamos sendo lesados. Não resta dúvida: na relação entre o estado/patrão (capital) e os assalariados, continuamos sendo a parte perdedora. Claro que esta perda será menor a depender da nossa capacidade de arrancar na luta melhores salários e condições de trabalho.
Um abraço, Cristina, e aproveite o máximo o seu merecido 13º terceiro, que por sinal será pagp amanhã, dia 15, hehe.
Olá, Cristina! O e-mail que vc recebeu e transcreveu aquj no blog é realmente curioso e nos leva a pensar no assunto. Contudo, é preciso considerar alguns pontos da questão abordada: a) o nosso salário não é pago por quatro semanas (o que daria 28 dias), mas pelo mês trabalhado, seja ele de 28 dias, de 30 ou 31; b) temos direito a férias anuais de 30 dias e recebemos, além do salário mensal, mais um terço de férias de graticação.
ResponderExcluirTrago estes dados apenas porque tanto as férias remuneradas, quanto o 13º salário, um terço de gratificação, a jornada de 8 horas, a aposentadoria, entre outras, são conquistas históricas dos trabalhadores, fruto de muitas lutas.
Mas, claro que não concordo que o 13º seja um presente ou um gesto de bondade do governo ou dos patrões. Sabemos que o nosso próprio salário já é uma forma de remuneração muito inferior aquilo que produzimos; e que uma parte do nosso valioso trabalho é apropriado pelo empregador.
Por isso, tanto o salário, quanto o 13º, e também as gratificações outras, somadas, ainda assim representam apenas uma parte daquilo que produzimos.
Por caminhos diferentes da aritmética do e-mail que foi transcrito no blog, chegamos em comum à compremsão de que estamos sendo lesados. Não resta dúvida: na relação entre o estado/patrão (capital) e os assalariados, continuamos sendo a parte perdedora. Claro que esta perda será menor a depender da nossa capacidade de arrancar na luta melhores salários e condições de trabalho.
Um abraço, Cristina, e aproveite o máximo o seu merecido 13º terceiro, que por sinal será pagp amanhã, dia 15, hehe.
Análise, Cris, maiúscula. Explanação bem didática e serve, inclusive, para contextualização de alguns conteúdos matemáticos. Parabéns. Beijos
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