É ou não, para nos indignarmos com a situação que muitos educadores estão passando aqui em Minas Gerais????
Cris, enquanto o governo manda a carta relatando inverdades, está aí uma verdade nua e crua.
Montes Claros, 21 de março de 2012.
Aos colegas da educação
Eu me chamo Rosi Mary Mendes Trezena, tenho 44 anos e resido em Montes Claros, Minas Gerais. Sou formada em filosofia e atuei como professora no período de 1998 a 2009 na rede pública estadual. Em 2009, fui acometida por uma doença grave (carcinoma mamária - CA) ao afastar para o tratamento conheci a triste realidade de um funcionário público estadual efetivado. De imediato tive o meu salário reduzido para 170,00 (Cento e setenta reais) mensal, o que corresponde as duas aulas que efetivei, mas estava na ativa com 13 aulas. Atualmente, com o subsídio “melhorado” estou recebendo 153,00 por mês. Como vocês sabem bem, o tratamento mesmo realizado pelo SUS tem gastos extras para complementação (alimento, remédios, etc.). Diante de tal situação, abri um processo no Conselho de Administração Pessoal – CAP, fundamentado nos direitos do servidor público que garante o salário integral em caso de doença grave. Foi julgado procedente e publicado no Jornal de MG, no dia 28 de Junho de 2011. Porém, a Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado recorreu e minhas expectativas foram frustradas, o Estado ganhou a questão. Enviei uma contra razão ao Excelentíssimo Senhor Governador que acatou a decisão final. Em seguida, fui liberada para voltar ao trabalho, mas com ajustamento profissional, ou seja, fora da sala de aula, pois não consigo mais escrever. Não trabalhei nem um mês e a doença atingiu o baço, fígado, abdômen e pulmão. A minha indignação é: será que sou cidadã somente quando estou com saúde e na hora de votar? Eu sempre acreditei no senso de justiça de Deus e dos homens, mas confesso que hoje, ainda sobrevivo pela justiça de Deus que se faz presente em cada colega que envia doações espirituais e materiais que sustentam também minha mãe e meus dois filhos de seis e onze anos.
Portanto, sinto a necessidade de expor a minha situação para alertar a todos os colegas que efetivaram. Seremos sempre vistos aos olhos da lei pelo número de aulas efetivadas, não importa que estejamos trabalhando com treze ou dezoito aulas, quando buscarmos algum recurso ou aposentadoria teremos as aulas efetivadas como parâmetro dos nossos benefícios. Hoje, agradeço a Deus por cada momento de superação em cada quimioterapia, pelos amigos, colegas, que mesmo com a difícil situação salarial do professor, estes têm contribuído para que eu tenha o mínimo necessário para sobreviver.
E deixo a minha mensagem aos políticos, que elaboram e fazem cumprir as leis: o povo carece de justiça dos homens, que Deus abençoe a todos.
Obrigada!
Rosi Mary Mendes Trezena
É um ABSURDO isto que o governo de Minas Gerais está fazendo com nossos educadores, em especial com você!!.
Na hora em que mais precisamos, não temos onde recorrer.
Receba minhas orações e continue com esta fé que Deus continuará te amparando. Este sim não nos abandona jamais!!!
Que seu depoimento sirva realmente de alerta para todos nós, e que a sociedade e os pais saibam o quanto sofre um educador em MG.
Não é que eu deseje o mal para ninguém, mas este "povinho" que está fazendo tanto mal para tantos educadores, vão pagar por tudo!!!
Que Deus a ilumine e abençoe sempre!
Vou passar a colocar você em minhas orações.
Prof. Rinaldo
Carandaí/MG
José Carlos