segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Carta enviada ao Deputado Luiz Humberto


Sr.Deputado Luiz Humberto,


Gostaria imensamente que este e-mail chegasse às suas mãos.


Sou professora do estado de Minas Gerais com 25 anos de magistério aguardando apenas idade para me aposentar.Tenho pós graduação, 8 biênios( esperando publicar os outros 2 a que tenho direito) + 4 quinquênios ( aguardando o 5 a que tenho direito).


Aos longos destes anos, dediquei minha vida à educação e à escola a que leciono.
Já trabalhei madrugadas a dentro em festas juninas para arrecadar recursos para melhorar as condições da nossa escola e dos nossos alunos.
Já fiz várias campanhas com meus alunos para arrecadar prendas para fazermos "Sorteio Beneficente" , para os mesmos fins.
Dou aulas de reforço extra-classe e fora do módulo II para alunos com dificuldades e que me pedem ajuda.
Sou amante da educação, faço o que gosto e gosto do que faço.


Por que estou falando isto??
Porque o governo está parabenizando os colegas fura-greves como se só eles se preocupassem com os alunos. Isto muito me incomoda!! Falo por mim pois, estou super preocupada com a duração desta greve e o prejuízo irreparável que ela causará na vida estudantil de milhares de alunos!


Mas faço outra pergunta:
Como não lutar neste momento, em que o governo quer acabar com nossa carreira???


Em certa época( não me lembro quando...faz tanto tempo..), um professor com ensino médio recebia de piso 3 salários mínimos e professor com licenciatura plena recebia 5 salários mínimos de piso. Foi a época em que teve menos greve, pois nossa remuneração era reajustado junto com o salário mínimo. Acabou-se a vinculação ao salário mínimo e acabou também com os salários dos professores que foi só piorando ano a ano até chegar ao caos instalado hoje.


Agora, que a categoria tem a chance de ser valorizada um pouco mais, com aplicação da lei 11738/08, o governo quer nos tirar este direito???


Não é justo deputado, não é justo!!! Este projeto que ai se encontra para ser homologado, acaba com nossa carreira, pois um professor com ensino médio e um com pós graduação receberão o mesmo piso. Acha isto justo??? Para que estudamos????? Para que nos sacrificamos anos a fio para nos aperfeiçoar???


Faz-se necessário e é com isto que conto neste momento, que o senhor usando de sua inteligência e influência possa rever estes aspectos neste projeto. A lei do piso prevê que o mesmo, seja aplicado dentro da carreira. Na nossa carreira, as progressões horizontais têm um acréscimo de 3% e as progressões verticais de 22%. Isto está na lei aprovada em 2004, pelo ex governador Aécio Neves, quando prometeu na época que assinando a lei estaria promovendo a valorização gradativa dos educadores.


Outra coisa deputado, a lei do piso prevê reajuste em todo janeiro, assim sendo acabaremos com estas greves anuais que tanto prejudicam nossos alunos. Este é mais um ponto positivo e que nós educadores não podemos abrir mão uma vez que esta lei foi aprovada e é constitucional.


Nem estou entrando no mérito de que 1/3 da jornada deverá ser para atividades extra-classe e isto nem foi citado neste projeto de lei.


Sendo assim, peço-lhe encarecidamente que reveja este projeto e que na reunião que terá amanhã com o sindicato aja com toda imparcialidade possível e veja que nossas reivindicações são justas e não são abusivas. Nossa greve NÃO é política é pelo CUMPRIMENTO DE UMA LEI FEDERAL. Ajude o governo a não cometer tamanha injustiça com uma categoria que ajuda a construir esta Nação!!


Precisamos e estamos lutando pelo PISO SALARIAL NACIONAL dentro de nossa CARREIRA, a carreira que optamos receber por ela ( CARREIRA VIGENTE), e não uma carreira criada agora para acabar de vez com nossa vida e nossa vontade de educar!!


Contamos muito com o seu senso de justiça!!!


Maria Cristina Costa - professora em greve há 104 dias e que quer retornar ás aulas com que tem direito: O Piso aplicado dentro da carreira!!



Trabalhadores/as em educação se reúnem com líder do Governo da ALMG e realizam Assembleia Estadual

Educadores/as se reúnem nessa terça-feira (20/9), a partir das 9h30, na Assembleia

Legislativa do Estado de Minas Gerais, com o deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB),

líder do Governo na ALMG. O objetivo é discutir o cumprimento da lei 11.738, que

regulamenta o Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN), e a necessidade de reabertura

de diálogo por parte do Governo. No mesmo dia a categoria, coordenada pelo

Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG),

promove Assembleia Estadual, a partir das 13 horas, no pátio da ALMG.


Intermediação – A última semana foi marcada por acontecimentos importantes.

A categoria conseguiu viabilizar reuniões com o ministro da Educação, Fernando Haddad,

e a presidenta Dilma Roussef. As reuniões aconteceram respectivamente nos dias

14 e 16/9, a primeira em Brasília e a segunda na Base Aérea da Pampulha, em Belo

Horizonte.

Nesses encontros, ambos se comprometeram a intermediar diálogo entre Governo

do Estado e Sindicato para por fim a greve. Dilma Roussef e Fernando Haddad

receberam do Sind-UTE/MG um dossiê que mostra a realidade da educação

mineira. A coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, disse que

é fundamental que a União estabeleça uma política nacional do

cumprimento do Piso Salarial. “Entendemos tratar-se de uma tarefa do

governo nacional, pois diz respeito ao cumprimento de uma lei federal.”


Reivindicação – Os trabalhadores/as reivindicam o Piso Salarias, conforme

estabelece a Lei Federal 11.738. Minas Gerais paga hoje o Piso de R$369,00

que, de acordo com relatório da Confederação Nacional dos Trabalhadores em

Educação (CNTE), é o pior Piso dentre os 27 estados brasileiros.




Educadores iniciam greve de fome

Dois educadores da rede estadual de ensino e membros da diretoria estadual do Sindicato Único dos Trabalhadores/as em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) deram início hoje (19/09), às 16h30, a uma greve de fome por tempo indeterminado. Os educadores, Abdon Geraldo Guimarães e Marilda de Abreu Araújo, estão alojados na Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG), na porta do gabinete do 1º secretário da Mesa da ALMG, deputado Dilzon Melo e vão permanecer em greve de fome até que seja estabelecido um processo de negociação com o Governo do Estado, com vistas ao pagamento do Piso Salarial.

Comentários:

Tiago Rodrigues disse...

Olá Cris,
é triste vermos a educação brasileira ser tratada a tanto tempo com descaso, ironias, mazelas e desrespeito. Em qual sociedade o professor leva pancadas dentro das salas de aula? Em qual sociedade o professor não tem seus direitos assistidos, mesmo que ele seja assegurado pela constituição? Em qual sociedade a segurança pública tem mais valor do que a educação pública? Em qual sociedade os direitos constitucionais são desprezados por todos, ou será melhor dizer, por todos que desconhecem a constituição a própria sociedade? Em qual sociedade boa parcela dos indivíduos não sabe o conteúdo de sua constituição?
Sou estudante de do curso de licenciatura em Biologia e fico a imaginar quando é que a sociedade irá começar a enxergar com outros olhos, não somente com os olhos indignação mas também com os olhos cheios de cólera e parar de se resignar perante os abusos políticos e jurídicos que nos deixam envergonhados dia após dia.

Volto a deixar outra charge do Orlandeli, cujo tema outra vez é a educação. Perfeita porém trágica.



Cristina Costa disse...

Email enviado aos deputados por nossa companheira Ana Rosa:

Senhores Deputados, venho novamente pedir aos senhores que tenham muita clareza e justiça na hora da votação do PL que preve extinção do Plano de Carreira do Magistério criado por Aécio em 2004, o Senhor Anastasia prefere pagar substitutos e usar o MP como testa-de-ferro para descumprir uma lei federal e ainda conta com o apoio do Judiciário de muitos dos senhores. O que nós professores estamos pedindo não é abusivo, não é exagero e não é privilégio nenhum, queremos apenas que a Lei do Piso seja cumprida da forma correta, que seja proporcional, mas levando em conta o Plano de Carreira de 2004 pelo qual fiz opção de retorno por achar um ROUBO esse Subsídio que não é piso, pois somou todas as nossas vantagens para atingir o valor no qual fomos posicionados. Gostaria de lembrar aos senhores que nós professores somos eleitores, o Governo do Estado não nomeia os senhores para seus cargos, nós é que votamos e escolhemos nossos representantes e não somos poucos. Essa é a real situação dos senhores, talvez os senhores subestimem nossa força e nossa capacidade de educar, de forma eficaz, nossos alunos, principalmente no que diz respeito a consciência política. A impressão que tenho é que os senhores se esqueceram que fomos nós povo/professores que colocamos os senhores nesses cargos e podemos sim não recolocá-los em 2014 depois de tanta injustiça. Só para que fique muito claro o que penso, tenho certeza que nenhum dos senhores, ou o Governador e suas Secretária fajutas aceitariam trocar os seus salários pelo meu ou de qualquer outro colega. Por isso peço, tenho consciência da covardia, para não dizer coisa pior, que os senhores estão fazendo conosco.


--
Ana Rosa

Anônimo disse...

O calculo está errado, de acordo com a lei do piso a carga horária de Minas passa a 27 horas semanais, pois 1/3 é extra classe, 1/3 de 24 são 16 horas semanais e em Minas são 18 horas semanais, 1/3 de 27 são 9 horas extra classe, subtraindo-se 9 de 27 se tem a carga horaria de minas 18 horas semanais, então o piso proporcional para um professor de ensino médio deveria ser R$801,88 e não R$712,78.

5 comentários:

  1. Olá Cris,
    é triste vermos a educação brasileira ser tratada a tanto tempo com descaso, ironias, mazelas e desrespeito. Em qual sociedade o professor leva pancadas dentro das salas de aula? Em qual sociedade o professor não tem seus direitos assistidos, mesmo que ele seja assegurado pela constituição? Em qual sociedade a segurança pública tem mais valor do que a educação pública? Em qual sociedade os direitos constitucionais são desprezados por todos, ou será melhor dizer, por todos que desconhecem a constituição a própria sociedade? Em qual sociedade boa parcela dos indivíduos não sabe o conteúdo de sua constituição?
    Sou estudante de do curso de licenciatura em Biologia e fico a imaginar quando é que a sociedade irá começar a enxergar com outros olhos, não somente com os olhos indignação mas também com os olhos cheios de cólera e parar de se resignar perante os abusos políticos e jurídicos que nos deixam envergonhados dia após dia.

    Volto a deixar outra charge do Orlandeli, cujo tema outra vez é a educação. Perfeita porém trágica.
    http://blogdoorlandeli.zip.net/arch2009-05-31_2009-06-06.html

    Um abraço

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  2. Email enviado aos deputados por nossa companheira Ana Rosa:

    Senhores Deputados, venho novamente pedir aos senhores que tenham muita clareza e justiça na hora da votação do PL que preve extinção do Plano de Carreira do Magistério criado por Aécio em 2004, o Senhor Anastasia prefere pagar substitutos e usar o MP como testa-de-ferro para descumprir uma lei federal e ainda conta com o apoio do Judiciário de muitos dos senhores. O que nós professores estamos pedindo não é abusivo, não é exagero e não é privilégio nenhum, queremos apenas que a Lei do Piso seja cumprida da forma correta, que seja proporcional, mas levando em conta o Plano de Carreira de 2004 pelo qual fiz opção de retorno por achar um ROUBO esse Subsídio que não é piso, pois somou todas as nossas vantagens para atingir o valor no qual fomos posicionados. Gostaria de lembrar aos senhores que nós professores somos eleitores, o Governo do Estado não nomeia os senhores para seus cargos, nós é que votamos e escolhemos nossos representantes e não somos poucos. Essa é a real situação dos senhores, talvez os senhores subestimem nossa força e nossa capacidade de educar, de forma eficaz, nossos alunos, principalmente no que diz respeito a consciência política. A impressão que tenho é que os senhores se esqueceram que fomos nós povo/professores que colocamos os senhores nesses cargos e podemos sim não recolocá-los em 2014 depois de tanta injustiça. Só para que fique muito claro o que penso, tenho certeza que nenhum dos senhores, ou o Governador e suas Secretária fajutas aceitariam trocar os seus salários pelo meu ou de qualquer outro colega. Por isso peço, tenho consciência da covardia, para não dizer coisa pior, que os senhores estão fazendo conosco.


    --
    Ana Rosa

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  3. Pessoal, vamos mandar e-mail para os deputados, cobrando deles sensibilidade e o cumprimento da Lei.
    Segue abaixo os e-mails, é só copiar e colar.
    dep.luiz.humberto@almg.gov.br,dep.adalclever.lopes@almg.gov.br,dep.adelmo.carneiro.leao@almg.gov.br,dep.alencar.silveira.junior@almg.gov.br,dep.almir.paraca@almg.gov.br,dep.ana.maria@almg.gov.br,dep.andre.quintao@almg.gov.br,dep.anselmo.jose.domingos@almg.gov.br,dep.antonio.carlos.arantes@almg.gov.br,dep.antonio.genaro@almg.gov.br,dep.antonio.julio@almg.gov.br,dep.antonio.lerin@almg.gov.br,dep.arlen.santiago@almg.gov.br,dep.bonifacio.mourao@almg.gov.br,dep.bosco@almg.gov.br,dep.bruno.siqueira@almg.gov.br,dep.carlin.moura@almg.gov.br,dep.carlos.henrique@almg.gov.br,dep.carlos.mosconi@almg.gov.br,dep.cassio.soares@almg.gov.br,dep.celinho.do.sinttrocel@almg.gov.br,dep.celio.moreira@almg.gov.br,dep.dalmo.ribeiro.silva@almg.gov.br,dep.deiro.marra@almg.gov.br,dep.delio.malheiros@almg.gov.br,dep.delvito.alves@almg.gov.br,dep.dilzon.melo@almg.gov.br,dep.dinis.pinheiro@almg.gov.br,dep.doutor.viana@almg.gov.br,dep.doutor.wilson.batista@almg.gov.br,dep.duarte.bechir@almg.gov.br,dep.duilio.de.castro@almg.gov.br,dep.durval.angelo@almg.gov.br,dep.elismar.prado@almg.gov.br,dep.fabiano.tolentino@almg.gov.br,dep.fabio.cherem@almg.gov.br,dep.fred.costa@almg.gov.br,dep.gilberto.abramo@almg.gov.br,dep.gustavo.perrella@almg.gov.br,dep.gustavo.valadares@almg.gov.br,dep.helio.gomes@almg.gov.br,dep.hely.tarquinio@almg.gov.br,dep.inacio.franco@almg.gov.br,dep.ivair.nogueira@almg.gov.br,dep.jayro.lessa@almg.gov.br,dep.joao.leite@almg.gov.br,dep.joao.vitor.xavier@almg.gov.br,dep.jose.henrique@almg.gov.br,dep.juninho.araujo@almg.gov.br,dep.leonardo.moreira@almg.gov.br,dep.liza.prado@almg.gov.br,dep.luiz.carlos.miranda@almg.gov.br,dep.luiz.henrique@almg.gov.br,dep.luiz.humberto@almg.gov.br,dep.luzia.ferreira@almg.gov.br,dep.maria.tereza.lara@almg.gov.br,dep.marques.abreu@almg.gov.br,dep.neider.moreira@almg.gov.br,dep.neilando.pimenta@almg.gov.br,dep.paulo.guedes@almg.gov.br,dep.paulo.lamac@almg.gov.br,dep.pinduca.ferreira@almg.gov.br,dep.pompilio.canavez@almg.gov.br,dep.rogerio.correia@almg.gov.br,dep.romel.anizio@almg.gov.br,dep.romulo.veneroso@almg.gov.br,dep.romulo.viegas@almg.gov.br,dep.rosangela.reis@almg.gov.br,dep.sargento.rodrigues@almg.gov.br,dep.savio.souza.cruz@almg.gov.br,dep.sebastiao.costa@almg.gov.br,dep.tadeu.martins.leite@almg.gov.br,dep.tenente.lucio@almg.gov.br,dep.tiago.ulisses@almg.gov.br,dep.ulysses.gomes@almg.gov.br,dep.vanderlei.miranda@almg.gov.br,dep.ze.maia@almg.gov.br

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  4. Cris, mais uma vez o governo nos enganou... Nada de negociação... Só prometeram pra tirar os colegas acorrentados da praça!!!
    E agora o que faremos? E as promessas feitas pelo ministro Hadad e a Presidenta? Só prometeram? E a tal Comissão que vinha de Brasília? Precisamos de notícias, de uma luz no fim do túnel, senão desanimamos...
    Por favor, me responda.

    Paty

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  5. O calculo está errado, de acordo com a lei do piso a carga horária de Minas passa a 27 horas semanais, pois 1/3 é extra classe, 1/3 de 24 são 16 horas semanais e em Minas são 18 horas semanais, 1/3 de 27 são 9 horas extra classe, subtraindo-se 9 de 27 se tem a carga horaria de minas 18 horas semanais, então o piso proporcional para um professor de ensino médio deveria ser R$801,88 e não R$712,78.

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